Rubiaceae

Alibertia claviflora K.Schum.

Como citar:

Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2020. Alibertia claviflora (Rubiaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

685.995,371 Km2

AOO:

32,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

A espécie ocorre na Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Brasil (Taylor et al., 2007). No Brasil, apresenta distribuição: no estado do Acre — nos municípios Mâncio Lima e Rio Branco —, no estado do Amazonas — no município Manaus —, e no estado do Pará — nos municípios Óbidos e Oriximiná.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: LC
Justificativa:

Árvores ou arvoretas com até 8 m, não é endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020), com registros efetuados também na Colômbia, Equador, Peru e Bolívia (Taylor et al., 2007). Popularmente conhecida como apuruí, puruí ou puruí grande (Delprete, 2010), foi documentada em Floresta de Igapó e Floresta de Terra-Firme associadas à Amazônia distribuída pelos estados do Acre, município de Mâncio Lima, Amazonas, município de Manaus, e no Pará, municípios de Óbidos e Oriximiná. Apresenta distribuição muito ampla, EOO=557078 km² e ocorrência em áreas remotas da Amazônia onde ainda predominam na paisagem extensões significativas de fitofisionomias florestais contínuas e em estado prístino. Apesar de poder ser considerada Em Perigo (EN) por B2(iii), com a AOO=36 km², a espécie apresenta amplitude ecológica e EOO superando vastamente o limiar para categorias de ameaça, além de coletas recentes dentro de Unidades de Conservação e áreas formalmente protegidas como a Reserva Floresta A. Ducke, em Manaus. Além disso, não existem evidências de que a espécie seja alvo de corte seletivo nem dados referentes a sua dinâmica populacional, o que impossibilita avaliar potencial declínio no número de indivíduos maduros. Segundo Delprete (2010), os frutos comestíveis são consumidos frescos ou usados para fazer sucos e sorvetes e são muito apreciadas pela população local, mas no entanto, ainda não são vendidos no mercado local. Segundo esse autor, o cultivo poderia ser feito com impacto mínimo sobre a vegetação natural.

Último avistamento: 2015
Quantidade de locations: 5
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Fl. Bras. (Martius) 6(6), 387, 1889. É reconhecida pelo caule geralmente resinoso no ápice, folhas glabras em ambas as faces, estípulas 1,7–2,5 cm compr., glabras, persistentes, plantas dioicas, inflorescências terminais, e corola com 4–6(–8) lobos, com tubo reto (Taylor et al., 2007). Popularmente conhecida como apuruí, puruí ou puruí grande (Delprete, 2010).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie no Brasil.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Amazônia
Vegetação: Floresta de Igapó, Floresta de Terra-Firme
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 1.8 Subtropical/Tropical Swamp Forest
Detalhes: Árvores ou arvoretas com até 8 m de altura (Taylor et al., 2007). Ocorre na Amazônia, em Floresta de Igapó e Floresta de Terra-Firme (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020).
Referências:
  1. Taylor, C.M., Campos, M.T.V.A., Zappi, D., 2007. Flora da Reserva Ducke, Amazonas, Brasil: Rubiaceae. Rodriguésia 58, 549–616. URL https://doi.org/10.1590/2175-7860200758306
  2. Flora do Brasil 2020 em construção, 2020. Alibertia. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB24377 (acesso em 08 de setembro de 2020)

Reprodução:

Detalhes: A espécie é dioica (Taylor et al., 2007), e barocórica ou zoocórica. Foi coletada com flores em setembro; e com frutos em março e agosto (Taylor et al., 2007).
Dispersor: Os frutos são bagas (Taylor et al., 2007), e a dispersão é barocórica ou zoocórica.
Síndrome de dispersão: zoochory,barochory
Sistema sexual: dioecious
Referências:
  1. Taylor, C.M., Campos, M.T.V.A., Zappi, D., 2007. Flora da Reserva Ducke, Amazonas, Brasil: Rubiaceae. Rodriguésia 58, 549–616. URL https://doi.org/10.1590/2175-7860200758306

Ameaças (7):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present,future regional medium
Com uma alta densidade demográfica (41 hab. por ha), na zona Norte de Manaus o crescimento populacional tem sido o principal responsável pela degradação ambiental que a mesma vem sofrendo. A construção de conjuntos habitacionais pelo poder público e privado é um dos principais responsáveis pelo desmatamento verificado nos últimos18 anos. Mas sua proximidade com a Reserva Adolpho Ducke há uma grande preocupação, pois os estudos mostram que a Reserva sofre grande pressão devidoao surgimento cada vez mais intenso de ocupações irregulares em seu entorno (Nogueira et al., 2007).
Referências:
  1. Nogueira, A.C.F., Sanson, F., Pessoa, K., 2007. A expansão urbana e demográfica da cidade de Manaus e seus impactos ambientais, in: Anais Do XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Florianópolis, pp. 5427–5434.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.3 Agro-industry farming habitat past,present,future regional low
Nas últimas quatro décadas, o Brasil tem aumentado a sua produção e a produtividade agrícola de larga escala, com destaque para as commodities, cujas exportações cresceram consideravelmente nas últimas décadas (Gasques et al., 2012, Martorano et al., 2016, Joly et al., 2019). As estimativas realizadas para os próximos dez anos são de que a área total plantada com lavouras deve passar de 75,0 milhões de hectares em 2017/18 para 85,0 milhões em 2027/28 (MAPA, 2019). A Amazônia brasileira, com 330 milhões de hectares, possuía, em 2014, 4.337.700 ha (1,3%) de sua extensão convertidos em áreas agrícolas (TerraClass, 2020). Outra estimativa realizada em 2018, registrou 5.488.480 ha (1,6%) (MapBiomas, 2020) da Amazônia brasileira convertidos em áreas agrícolas. Em 2019, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas na região Norte foi estimada em ca. 9.807.396 kg (IBGE, 2020). Apenas em abril de 2020, foram produzidos ca. 10.492.007 kg desses produtos agrícolas, o que representou um incremento de 7% em relação à produção anual do ano anterior (IBGE, 2020). A produção de soja é uma das principais forças econômicas que impulsionam a expansão da fronteira agrícola na Amazônia brasileira (Fearnside, 2001, Simon e Garagorry, 2005, Nepstad et al., 2006, Vera-Diaz et al., 2008, Domingues e Bermann, 2012, Charity et al., 2016). Segundo o IBGE (2020), na região Norte, em 2019, a produtividade da soja na região Norte foi de ca. 5.703.702 kg, enquanto em abril de 2020, já foram produzidos ca. 6.213.441 kg, representando um incremento de 8.9% em relação à produção anual do ano anterior (IBGE, 2020). Em abril de 2020, a cultura de soja foi responsável por 59,2% de toda produtividade agrícola na região Norte, seguida pelo milho, com 30,1% (IBGE, 2020). A soja é mais prejudicial do que outras culturas, porque estimula projetos de infraestrutura de transporte de grande escala que levam à destruição de habitats naturais em vastas áreas, além daquelas já diretamente utilizadas para cultivo (Fearnside, 2001, Simon e Garagorry, 2005, Nepstad et al., 2006, Vera-Diaz et al., 2008, Domingues e Bermann, 2012).
Referências:
  1. Charity, S., Dudley, N., Oliveira, D., Stolton, S., 2016. Living Amazon Report 2016: A regional approach to conservation in the Amazon. WWF Living Amazon Initiative, Brasília and Quito.
  2. Fearnside, P.M., 2001. Soybean cultivation as a threat to the environment in Brazil. Environ. Conserv. 28, 23–38. URL https://doi.org/10.1017/S0376892901000030
  3. Vera-Diaz, M. del C., Kaufmann, R.K., Nepstad, D.C., Schlesinger, P., 2008. An interdisciplinary model of soybean yield in the Amazon Basin: The climatic, edaphic, and economic determinants. Ecol. Econ. 65, 420–431. URL https://doi.org/10.1016/j.ecolecon.2007.07.015
  4. Gasques, J.G., Bastos, E.T., Valdes, C., Bacchi, M.R.P., 2012. Total factor productivity in Brazilian Agriculture, in: Fuglie, K.O., Wang, S.L., Ball, V.E. (Eds.), Productivity Growth in Agriculture: An International Perspective. CABI, Oxfordshire, pp 145-161.
  5. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica, 2020. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. URL www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/agricultura-e-pecuaria/9201-levantamento-sistematico-da-producao-agricola.html
  6. Joly, C.A., Scarano, F.R., Seixas, C.S., Metzger, J.P., Ometto, J.P., Bustamante, M.M.C., Padgurschi, M.C.G., Pires, A.P.F., Castro, P.F.D., Gadda, T., Toledo, P., Padgurschi, M.C.G., 2019. 1º Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. BPBES - Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossitêmicos. Editora Cubo, São Carlos. URL https://doi.org/10.4322/978-85-60064-88-5
  7. MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2019. Projeções do Agronegócio: Brasil 2018/19 a 2028/29, projeções de longo prazo. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Política Agrícola, Brasília. URL http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/informe_estatistico/Projecao_do_Agronegocio_2018_2019_a_2028_29.pdf
  8. MapBiomas, 2020. Plataforma MapBiomas v.4.1 - Base de Dados Cobertura e Uso do Solo. URL https://plataforma.mapbiomas.org/map#coverage (acesso em 03 de junho de 2020).
  9. Martorano, L., Siviero, M., Tourne, D., Fitzjarrald, D., Vettorazzi, C., Junior, S., Alberto, J., Yeared, G., Meyering, É., Sheila, L., Lisboa, S., 2016. Agriculture and forest: A sustainable strategy in the brazilian amazon. Austral. J. Crop Sci. 8, 1136–1143. URL https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/147006/1/martorano-10-8-2016-1136-1143.pdf
  10. Nepstad, D.C., Stickler, C.M., Almeida, O.T., 2006. Globalization of the Amazon Soy and Beef Industries: Opportunities for Conservation. Conserv. Biol. 20, 1595–1603. URL https://doi.org/10.1111/j.1523-1739.2006.00510.x
  11. Domingues, M.S., Bermann, C., 2012. O arco de desflorestamento na Amazônia: da pecuária à soja. Ambient. Soc. 15, 1–22. URL https://doi.org/10.1590/S1414-753X2012000200002
  12. Simon, M.F., Garagorry, F.L., 2005. The expansion of agriculture in the brazilian amazon. Environmental Conservation 32, 203–212. URL https://doi.org/10.1017/s0376892905002201
  13. TerraClass, 2020. Projeto TerraClass, Dados 2014. URL https://www.terraclass.gov.br (acesso em 05 de junho de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.1 Species mortality 2.2.2 Agro-industry plantations habitat past,present,future regional low
A produção brasileira de madeira amazônica, a qual é procedente da exploração seletiva de árvores, acumulou no período de 1998 a 2013 (16 anos) um volume da ordem de 320 milhões de metros cúbicos em tora. Dados oficiais sobre a área desmatada nessa região do Brasil revelam que no período de 1988 a 2013 (26 anos) foram removidos 402.663 quilômetros quadrados de florestas, área equivalente a duas vezes o estado do Paraná. Muito embora tenham desacelerado drasticamente, especialmente de 2005 a 2013, esses números fornecem uma dimensão das alterações já causadas pelo homem na Floresta Amazônica. A exploração seletiva tem empobrecido a floresta de espécies madeireiras de valor econômico e também sua capacidade natural de reposição, isso ocorre não somente pela redução do número de árvores, ocasionada pela exploração, mas também pela abundante regeneração de espécies de rápido crescimento, a maioria sem valor comercial, favorecidas pela abertura das clareiras da exploração na floresta (Araujo, 2020).
Referências:
  1. TerraClass, 2020. Projeto TerraClass, Dados 2014. URL https://www.terraclass.gov.br (acesso em 05 de junho de 2020). 2.2.2 Agro-industry plantations Amazônia A produção brasileira de madeira amazônica, a qual é procedente da exploração seletiva de árvores, acumulou no período de 1998 a 2013 (16 anos) um volume da ordem de 320 milhões de metros cúbicos em tora. Dados oficiais sobre a área desmatada nessa região do Brasil revelam que no período de 1988 a 2013 (26 anos) foram removidos 402.663 quilômetros quadrados de florestas, área equivalente a duas vezes o estado do Paraná. Muito embora tenham desacelerado drasticamente, especialmente de 2005 a 2013, esses números fornecem uma dimensão das alterações já causadas pelo homem na Floresta Amazônica. A exploração seletiva tem empobrecido a floresta de espécies madeireiras de valor econômico e também sua capacidade natural de reposição, isso ocorre não somente pela redução do número de árvores, ocasionada pela exploração, mas também pela abundante regeneração de espécies de rápido crescimento, a maioria sem valor comercial, favorecidas pela abertura das clareiras da exploração na floresta (Araujo, 2020). Araujo, H.J.B. de, 2020. Ações de restauração de florestas exploradas seletivamente no sudoeste da Amazônia brasileira. Brazilian J. Anim. Environ. Res. 3, 43–59.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
A produção de carne e de leite tem crescido consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, atingindo, em 2018-19, ca. 26 milhões de toneladas e 34,4 bilhões de litros, e a previsão oficial é de que ambas atividades deverão crescer, respectivamente, a uma taxa anual de 3,0% e a entre 2,0 e 2,8% nos próximos 10 anos (MAPA, 2019). Na Amazônia brasileira, ocorre desmatamentos para criação de gado em grande escala (Joly et al., 2019). Com ca. 330 milhões de hectares, a Amazônia brasileira possuia, em 2014, 42.427.000 ha (12,8%) de sua extensão convertidos em pastagens (TerraClass, 2020). Em 2018, as pastagens já ocupavam entre ca. 46.209.888 ha (14%) (Lapig, 2020) e 53.431.787 ha (16,1%) (MapBiomas, 2020). Aproximadamente 60-62% de todas as terras desmatadas na Amazônia brasileira são cobertas por pastagens, colocando a criação de gado em evidência como um dos principais impulsionadores do desmatamento (Almeida et al., 2016, Carvalho et al., 2020). Fora o impacto causado pela conversão de áreas, vários estudos com foco na ocorrência de incêndios no Brasil destacam que, atualmente, a Amazônia e o Cerrado apresentam os maiores números de eventos de incêndios relacionados principalmente a práticas de conversão da vegetação natural em pastagem, o que gera outros impactos diretos relacionados às atividades pecuárias (Davidson et al. 2012, MCTI 2016, Joly et al., 2019). O município Rio Branco (AC), onde a espécie ocorre, possui 26,98% (238417,8ha) do seu território convertido em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020).
Referências:
  1. Almeida, C.A., Coutinho, A.C., Esquerdo, J.C.D.M., Adami, M., Venturieri, A., Diniz, C.G., Dessay, N., Durieux, L., Gomes, A.R., 2016. High spatial resolution land use and land cover mapping of the brazilian legal amazon in 2008 using landsat-5/TM and MODIS data. Acta Amazonica 46, 291–302. https://doi.org/10.1590/1809-4392201505504 (acesso em 05 de junho de 2020).
  2. Carvalho, R., de Aguiar, A.P.D., Amaral, S., 2020. Diversity of cattle raising systems and its effects over forest regrowth in a core region of cattle production in the brazilian amazon. Regional Environmental Change 20. URL https://doi.org/10.1007/s10113-020-01626-5 (acesso em 03 de junho de 2020).
  3. Davidson, E.A., Araújo, A.C., Artaxo, P., Balch, J.K., Brown, I.F., Bustamante, M.M.C., Coe, M.T., DeFries, R.S., Keller, M., Longo, M., Munger, J.W., Schroeder, W., Soares-Filho, B.S., Souza, C.M., Wofsy, S.C., 2012. The Amazon basin in transition. Nature, 481(7381), 321–328.
  4. Joly, C.A., Scarano, F.R., Seixas, C.S., Metzger, J.P., Ometto, J.P., Bustamante, M.M.C., Padgurschi, M.C.G., Pires, A.P.F., Castro, P.F.D., Gadda, T., Toledo, P., Padgurschi, M.C.G., 2019. 1º Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. BPBES - Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossitêmicos. Editora Cubo, São Carlos. URL https://doi.org/10.4322/978-85-60064-88-5
  5. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. URL https://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig. html (acesso em 03 de junho de 2020).
  6. MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2019. Projeções do Agronegócio: Brasil 2018/19 a 2028/29 projeções de longo prazo. MAPA/ACE, Brasília. URL https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/politica-agricola/todas-publicacoes-de-politica-agricola/projecoes-do-agronegocio/projecoes-do-agronegocio-2018-2019-2028-2029/@@download/file/projecoes-2019_versao_final_3.pdf
  7. MapBiomas, 2020. Plataforma MapBiomas v.4.1 - Base de Dados Cobertura e Uso do Solo. URL https://plataforma.mapbiomas.org/map#coverage (acesso em 03 de junho de 2020).
  8. MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, 2016. Terceira Comunicação Nacional do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento. Coordenação-Geral de Mudanças Globais de Clima. Sumário Executivo. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Brasília. URL https://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/ciencia/SEPED/clima/Comunicacao_Nacional/Comunicacoes_Nacionais.html (acesso em 03 de junho de 2020).
  9. TerraClass, 2020. Projeto TerraClass, Dados 2014. URL https://www.terraclass.gov.br (acesso em 05 de junho de 2020).
  10. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2018. Município: Rio Branco (AC). URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 20 de março de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 3.2 Mining & quarrying habitat past,present,future regional medium
Na Amazônia, ocorre degradação florestal por conta da mineração (Joly et al., 2019). Desde a década de 1960, a expansão de estradas, barragens e grandes projetos de mineração levaram a um intenso processo de ocupação regional que já levou cerca de 20% das florestas originais associadas ao bioma Amazônia no Brasil, e causaram conflitos sociais recorrentes (Becker, 2004, Hecht, 2011, Silva, 2015, Souza et al., 2015). Em 2004, o desmatamento chegou a 27.772 km², o que levou o governo brasileiro a elaborar um plano de longo prazo para controlar o desmatamento e afastar a região do modelo de fronteira tradicional para um plano de desenvolvimento mais centrado na conservação (Hecht, 2011). Entre 2005 e 2015 a mineração representou 9% do desmatamento na floresta amazônica. Contudo, os impactos da atividade de mineração podem se estender até 70 km além dos limites de concessão da mina, aumentando significativamente a taxa de desmatamento por meio do estabelecimento de infraestrutura (para mineração e transporte) e expansão urbana (Sonter et al., 2017). Estudos recentes indicaram que 15% do bioma Amazônia está potencialmente ocupado por áreas de mineração, podendo chegar a 30% em áreas protegidas (Charity et al., 2016). De acordo com Veiga e Hinton (2002), as atividades de mineração artesanal também têm gerado um legado de extensa degradação ambiental, tanto durante as operações quanto após as atividades cessarem, sendo um dos impactos ambientais mais significativos derivado do uso de mercúrio no garimpo de ouro. Em Oriximiná (PA), onde a espécie ocorre, a capacidade inicial de produção de bauxita da empresa Mineração Rio do Norte foi de 3,35 milhões de toneladas anuais (Mineração Rio do Norte, 2014). Ao longo de nossa operação, esta capacidade expandiu-se gradativamente, em função do aumento da demanda de mercado e da grande aceitação da bauxita produzida pela Mineração Rio do Norte nas refinarias de todo o mundo. Atualmente, temos uma capacidade de produção instalada de 18,1 milhões de toneladas ao ano - uma das maiores instalações do mundo. Operamos hoje as minas Saracá V, Saracá W e Bela Cruz. Nelas, o minério encontra-se a uma profundidade média de 8m, coberto por uma vegetação densa e uma camada estéril composta de solo orgânico, argila, bauxita nodular e laterita ferruginosa (Mineração Rio do Norte, 2014).
Referências:
  1. Becker, B.K., 2004. Amazônia: geopolítica na virada do III milênio. Editora Garamond, Rio de Janeiro.
  2. Charity, S., Dudley, N., Oliveira, D., Stolton, S., 2016. Living Amazon Report 2016: A regional approach to conservation in the Amazon. WWF Living Amazon Initiative, Brasília and Quito.
  3. Hecht, S.B., 2011. From eco-catastrophe to zero deforestation? Interdisciplinarities, politics, environmentalisms and reduced clearing in Amazonia. Environ. Conserv. 39, 4–19. https://doi.org/10.1017/S0376892911000452
  4. Joly, C.A., Scarano, F.R., Seixas, C.S., Metzger, J.P., Ometto, J.P., Bustamante, M.M.C., Padgurschi, M.C.G., Pires, A.P.F., Castro, P.F.D., Gadda, T., Toledo, P., 2019. 1o Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. BPBES - Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossitêmicos. Editora Cubo, São Carlos. https://doi.org/10.4322/978-85-60064-88-5
  5. Silva, J.M.C., 2015. A conservação da biodiversidade como estratégia competitiva para a Amazônia no antropoceno, in: Silva, O.M.A., Homma, A.K.O. (Eds.), Pan-Amazônia: Visão Histórica Perspectivas de Integração e Crescimento. FIEAM, Manaus, pp. 140–156
  6. Sonter, L.J., Herrera, D., Barrett, D.J., Galford, G.L., Moran, C.J., Soares-Filho, B.S., 2017. Mining drives extensive deforestation in the Brazilian Amazon. Nat. Commun. 8, 1013. https://doi.org/10.1038/s41467-017-00557-w
  7. Souza, P., Xavier, D., Rican, S., de Matos, V., Barcellos, C., 2015. The Expansion of the Economic Frontier and the Diffusion of Violence in the Amazon. Int. J. Environ. Res. Public Health 12, 5862–5885. https://doi.org/10.3390/ijerph120605862
  8. Veiga, M.M., Hinton, J.J., 2002. Abandoned artisanal gold mines in the Brazilian Amazon: A legacy of mercury pollution. Nat. Resour. Forum 26, 15–26. https://doi.org/10.1111/1477-8947.00003
  9. Mineraçao Rio do Norte, 2014. Relatório Anual de Sustentabilidade. GRI. URL http://www.mrn.com.br/paginas/images/GRI_MRN_2014.pdf (acesso em 27 de junho de 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.3 Indirect ecosystem effects 7.2.10 Large dams habitat past,present,future regional low
A Bacia do Rio Trombetas, localizada no município de Oriximiná, onde a espécie é encontrada, apresenta grande potencial hidrelétrico, sofrendo grande influência do governo federal que prevê em seu Plano Nacional de Energia a exploração dos rios Trombetas e Erepecuru para fins de geração de energia hidrelétrica. Os estudos já realizados na bacia projetam 15 empreendimentos hidrelétricos, estando 13 deles com estudos de inventário iniciados, um com estudo de viabilidade e um com projeto básico. Segundo o Plano Nacional de Energia 2030, a previsão de área total a ser inundada por tais hidrelétricas somaria 5.530 quilômetros quadrados, afetando significativamente as terras quilombolas da região (Andrade, 2011).
Referências:
  1. Andrade, L., 2011. Terras quilombolas em Oriximiná: pressões e ameaças. Comissão Pró-Índio de São Paulo, São Paulo.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 9.1.1 Sewage mature individuals past,present,future regional medium
O chorume gerado do aterro sanitário da cidade de Manaus, contem alta concentração dos metais pesados (Zn, Co, Ni, Cu, Fe, e Pb). Este chorume contamina os corpos hídricos da Bacia do Tarumã-Açu causando impacto ambiental. Segundo Santana e Barroncas (2007) a alta concentração destes metais pesados está muito acima dos valores permitidos pela resolução 357/2005 do CONAMA..
Referências:
  1. Santana, G.P., Barroncas, P. de S.R., 2007. Estudo de metais pesados (Co, Cu, Fe, Cr, Ni, Mn, Pb e Zn) na Bacia do Tarumã-Açu Manaus (AM). Acta Amaz. 37, 111–118. URL https://doi.org/10.1590/S0044-59672007000100013

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection needed
A espécie não é conhecida em nenhuma unidade de conservação, mas claramente existe a necessidade de melhorar a proteção do habitat nos locais onde se sabe que ela ocorre. São necessárias pesquisas adicionais para determinar se esta espécie está ou não experimentando um declínio efetivo ou está passando por flutuações naturais da população. Não obstante, a espécie tem ocorrência na Reserva Florestal Adolfo Ducke.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
1. Food - human natural fruit
Os frutos comestíveis são consumidos frescos ou usados para fazer sucos e sorvetes e são muito apreciadas pela população, no entanto, os frutos ainda não são vendidos no mercado local (Delprete, 2010). Segundo esse autor, o cultivo poderia ser feito com impacto mínimo sobre a vegetação natural.
Referências:
  1. Delprete, P., 2010. Apuruí e puruí ou puruí grande (Borojoa Cuatrec. ou Alibertia spp. A. Rich. ex DC.), in: Shanley, P., Serra, M., Medina. G. (Eds.), Frutíferas e Plantas Úteis na Vida Amazônica, Centro Internacional para Pesquisa Florestal (Cifor), Bogor, p. 232.